sexta-feira, 17 de outubro de 2008

E a tão sonhada dessalinização??? Como anda???

Água do mar dessalinizada com tecnologia nacional não pode ser vendida no Brasil

Mônica Pinto

Uma tecnologia desenvolvida no Brasil – utilizando equipamentos de vários países – chega aos Estados Unidos sem que possa ser testada ou conhecida no mercado local. É a H2Ocean, água do mar dessalinizada, própria para consumo humano que, há um mês, entrou no mercado norte-americano começando pelo estado da Flórida. O diferencial do produto em relação a outros processos de dessalinização é que, agora, se conseguiu extrair o sal mantendo-se 63 minerais dos cerca de 86 presentes na água do mar. “A dessalinizada comum fica pesada e zerada, isto é, H2O puro, sem mais nada”, disse a AmbienteBrasil Rolando Viviani, da área de Marketing da Aquamare, com sede em Bertioga (SP), empresa que trabalha com pesquisa e desenvolvimento de produtos a partir da água do mar, criadora da H2Ocean. O motivo pelo qual o mercado brasileiro não tem acesso à novidade é que inexiste, no âmbito da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), qualquer norma que contemple esse tipo de opção. “Como nosso produto é inovador demais, não conseguimos o registro na Anvisa para envasar a nossa água”, diz Rolando. Nos Estados Unidos, o produto brasileiro ganhou acolhida bem mais facilmente. Classificado como purified water (água purificada), já passou pelos rigores do Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana que regula produtos alimentícios e farmacêuticos, o que abre as portas de outros mercados internacionais para a H2Ocean. A água é colhida em alto mar e processada através de equipamentos de alta tecnologia que executam processos de nanofiltragem e seleção de minerais. Todo sal e impurezas são retirados, permanecendo apenas os minerais e nutrientes benéficos à saúde humana. “H2Ocean é produzida dentro de padrões de qualidade exigidos pelos organismos industriais e ambientais e garante potabilidade exigida por todas as legislações de controle de água no mundo”, coloca a Aquamare.“Uma água que tem 63 minerais não se encontra em nenhum lugar do planeta”, diz Rolando Viviani. “O pulmão do mundo não é a Floresta Amazônica, é o mar, o princípio da Vida”, completa. Para efeito de comparação, as águas de fontes terrestres têm, em média, 12 minerais. Os benefícios são superiores, assim como o custo em relação aos processos de dessalinização tradicionais. “O nosso foco é levar 63 minerais para as pessoas, não acabar com a sede do mundo”. Na Flórida, segundo ele, os primeiros resultados em termos de aceitação mostram-se animadores. A tecnologia pode ser posta em prática em qualquer lugar, razão pela qual a Aquamare deixou de priorizar o Brasil como mercado. “Nós teríamos que apresentar um regulamento técnico para a Anvisa, para que a Agência possa chegar a uma conclusão e classificar o produto, para posterior venda no país”, coloca Viviani. Assim, ao menos por enquanto, os brasileiros poderão apenas testar um outro lançamento da empresa, este destinado às plantas. É o Aqua Garden, água também processada a partir do mar, porém imprópria para consumo humano. Voltada para irrigação de hortas e jardins, pode acelerar em até quatro vezes o crescimento dos vegetais, além de aumentar seu tamanho em igual proporção, diz Viviani. “Chega a ser uma coisa quase alienígena”, diverte-se. A conferir.

(Sugestão de Geise Sueli Santos Azevedo, Estudante de curso técnico de Segurança do Trabalho)



Dessalinização da Água do Mar

A dessalinização de águas salobras acontece quando passa a vapor e se torna doce e o vapor não produz água salgada depois que se condensa.

Nos oceanos esta é a principal solução para o atendimento das futuras demandas de água doce, já que são possuidores de 95,5% da água existente no Globo Terrestre.

Processos para dessalinização da água do mar:

  • destilação convencional

  • destilação artificial
  • eletrodiálise
  • osmose reversa

A dessalinização da água salgada ou salobra, do mar, dos açudes e dos poços, se apresenta como uma das soluções para a humanidade vencer mais esta crise que já se pronuncia.

Atualmente muitos países e cidades estão se abastecendo totalmente de água doce extraída da água salgada do mar que, embora ainda a custos elevados, se apresenta como a única alternativa, concorrendo com o transporte em navios tanques, barcaças e outros.

O consumo de água doce no mundo cresce a um ritmo superior ao do crescimento da população, restando, como uma das saídas, a produção de água doce, retirando-a do mar ou das águas salobras dos açudes e poços.

O uso das fontes alternativas de energia, como a eólica e a solar, apresentamx-se como uma solução para viabilizar a dessalinização no nosso semi-árido, visando o consumo humano e animal e a micro-irrigação, o que propiciaria melhores condições para a fixação do homem no meio rural.

O Nordeste é caracterizado por condições semi-áridas, com baixa precipitação pluviométrica e por um solo predominantemente cristalino, que favorece a salinização dos lençóis freáticos. Até agora as iniciativas se restringiram a soluções paliativas, como a construção de açudes e a utilização de carros pipa.

A dessalinização de água através de osmose inversa apresenta-se como uma ótima alternativa, uma vez que possui um menor custo quando comparado com outros sistemas de dessalinização. Além de retirar o sal da água, este sistema permite ainda eliminar vírus, bactérias e fungos, melhorando assim a qualidade de vida da população interiorana. O seu funcionamento está baseado no efeito da pressão sobre uma membrana polimérica, através da qual a água irá passar e os sais ficarão retidos. A integração com a energia eólica faz-se necessária devido ao baixo índice de eletrificação rural da região, tornando o sistema autônomo. Será utilizada uma turbina de 1.5 KW que irá fornecer eletricidade alternadamente para a bomba de captação de água do poço.

Histórico dos processos de dessalinização:

  • Em 1928 foi instalado em Curaçao uma estação dessalinizadora pelo processo da destilação artificial, com uma produção diária de 50 m3 de água potável.

  • Nos Estados Unidos da América as primeiras iniciativas para o aproveitamento da água do mar datam de 1952, quando o Congresso aprovou a Lei Pública número 448, cuja finalidade seria criar meios que permitissem reduzir o custo da dessalinização da água do mar. O Congresso designou a Secretaria do Interior para fazer cumprir a lei, daí resultando a criação do Departamento de Águas Salgadas.
  • O Chile foi um dos países pioneiros na utilização da destilação solar, construindo o seu primeiro destilador em 1961.
  • Em 1964 entrou em funcionamento o alambique solar de Syni, ilha grega do Mar Egeu, considerado o maior da época, destinado a abastecer de água potável a sua população de 30.000 habitantes.
  • A Grã-Bretanha, já em 1965, produzia 74% de água doce que se dessalinizava no mundo, num total aproximado de 190.000 m3 por dia.
  • No Brasil, as primeiras experiências com destilação solar foram realizadas em 1970, sob os auspícios do ITA-Instituto Tecnológico da Aeronáutica.
  • Em 1971 as instalações de Curaçao foram ampliadas para produzir 20.000 m3 por dia.
  • Em 1987 a Petrobrás iniciou o seu programa de dessalinização de água do mar para atender às suas plataformas marítimas, usando o processo da osmose reversa, tendo esse processo sido usado pioneiramente, aqui no Brasil, em terras baianas, para dessalinizar água salobra nos povoados de Olho D'Água das Moças, no município de Feira de Santana, e Malhador, no município de Ipiara.
  • Atualmente existem 7.500 usinas em operação no Golfo Pérsico, Espanha, Malta, Austrália e Caribe convertendo 4,8 bilhões de metros cúbicos de água salgada em água doce, por ano. O custo, ainda alto, está em torno de US$ 2,00 o metro cúbico.
  • As grandes usinas, semelhantes às refinarias de petróleo, encontram-se no Kuwait, Curaçao, Aruba, Guermesey e Gibraltar, abastecendo-os totalmente com água doce retirada do mar.
(fonte: http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agua/salgada/index.html&conteudo=./agua/salgada/artigos/dessali.html)

Alvaro Meirelles
Biólogo (CRBio 59.479/05-D) e Gestor Ambiental
www.grupomeirelles.com

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