segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Proteção e Qualidade das Águas

Seminário no CRA
Em debate a proteção e a qualidade das águas do Rio Pojuca
A proteção e a qualidade das águas do Rio Pojuca é o tema do Seminário do Projeto Integrado de Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Pojuca, promovido pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh). A idéia é preservar a demanda hídrica das áreas do Recôncavo Norte e da Região Metropolitana de Salvador. O evento acontece na segunda-feira, 25, a partir das 9h, no Núcleo de Estudos Avançados do Meio Ambiente (Neama), do Centro de Recursos Ambientais (CRA), em Monte Serrat.
Durante o seminário também serão divulgados os resultados da primeira fase do projeto, revelando as características e potencialidades do Modelo de Qualidade do Rio Pojuca. As atividades dessa fase foram realizadas durante dois anos, criando indicadores para o biomonitoramento da qualidade ambiental do rio, realizando o diagnóstico sócio-econômico da bacia e identificando as cargas poluidoras. O projeto é resultado de um acordo de cooperação entre a Semarh, Universitá degli Studi dell’Insubria, da Itália, e Fundação Politécnica da Bahia (FEP).
De acordo com a coordenadora da Superintendência de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável (SDS/Semarh), Clélia Maria, o seminário trata de um projeto pioneiro de pesquisa e desenvolvimento em gestão ambiental, que busca preservar a faixa costeira do Litoral Norte, especialmente a Praia do Forte e toda região da foz do rio Pojuca.
O encontro será aberto pelo secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado, Juliano Matos, que discutirá a política e diretrizes para a gestão ambiental de bacias hidrográficas. Haverá ainda uma palestra sobre a Cooperação Internacional da região da Lombardia no Estado da Bahia, ministrada por Giordano Urbini, diretor do Departamento de Meio Ambiente, Saúde e Segurança da Universitá degli Studi dell’Insubria, além de explanação sobre o contexto do projeto da bacia do rio Pojuca e do Sistema de Gestão da Qualidade Ambiental, ministrada por Luis Camargo, engenheiro ambiental da FEP. Fonte: ASCOM/Semarh/CRA (http://www.seia.ba.gov.br/noticias.cfm?idnoticia=3959)

O evento realmente foi interessante, embora os cuidados com a utilização de projeções inspirem certa cautela. Logo lembrei-me do Prof./Pesquisador Eduardo Mendes (UFBA/Mestrado - EcoBio/MAREMBA) que em uma discussão de sala de aula comentou algo parecido com: ...as respostas através do Biomonitoramento nem sempre correspondem as respostas encontradas em testes físico-químicos, monitoramento, pois estes, dificilmente, avaliam as ações sinérgicas... (2006). Concordo com ele, pois quando trabalhamos na área ambiental os dados obtidos comportam-se muito além de fatores isolados, daí minha sugestão: que seja realizado o Biomonitoramento do manancial com mais empenho, ainda que nossa legislação não incentive este método. Outra crítica surge através da grande preocupação sobre os rios em áreas de maior interesse econômico, pois, muitas vezes, é uma preocupação inútil, visto que não cuidamos das nascentes nem dos rios de menores ordens. Um bom exemplo disto ocorre no município de São Sebastião do Passé – BA que lança parte do esgotamento doméstico nos rios Jacuípe (foto acima - esgotamento sanitário in natura) e Joanes (foto abaixo - pocilga que que é "limpa automaticamente pelas águas do Joanes, quando em cheia" - comentário do proprietário) que, respectivamente, chegam aos municípios de Mata de São João (Bairro do Matadouro) - BA e Lauro de Freitas (Praia de Buraquinho) - BA.
A preocupação é justificada pelo simples fato de que o o rio Jacuípe é utilizado para práticas de lazer em Matade São João e na sua própria Barra (Barra do Jacuípe), enquanto o rio Joanes está entre os principais mananciais que abastecem a Região Metropolitana do Salvador (RMS). Quanto ao Rio Pojuca (na foto ao lado - um nativo pesca curucas nas corredeiras do Rio Pojuca), alvo de maior discussão no evento de hoje compõem uma linda paisagem que percorrer Unidades de Conservação do Litoral Norte.

O evento ainda sugeriu a construção de uma barragem para captação que visa suprir as necessidades de abastecimento da RMS dentro de cerca de 15 anos. Preparem-se para os impactos! Aaahh mas para que o Rio Pojuca tenha esta serventia, antes teremos que colocar suas nascentes na incubadora, a menos que queiramos gastar com UTI logo após as obras de inauguração da tão especulada barragem, pois a concentração de fósforo encontrada sugere o quadro de eutrofização na especulada barragem.

Alvaro Meirelles
Biólogo e Gestor Ambiental

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